terça-feira, 1 de novembro de 2011

No Currículo da Educação Básica do Distrito Federal precisamos dar uma atenção especial aos Alunos com Necessidades Educativas Especiais! Paula Ziller

Precisamos olhar com muita atenção os alunos com Necessidades Educativas Especiais...
Observe a matéria...
Boa reflexão!
Paula Ziller
Raio X: Brasil tem mais de 900 mil alunos com necessidades especiais
Formação docente e acessibilidade são os maiores desafios da Educação Especial



Reprodução/Diversa

Carolina VilaverdeDa Redação do Todos Pela Educação
O Brasil tem 928 mil alunos com necessidades especiais, segundo dados do Censo Escolar 2010. Nessa contagem entram estudantes com deficiências motoras, mentais, cegueira, baixa visão, surdez, surdocegueira, autismo e outras síndromes. Também são contabilizados os superdotados, pois eles necessitam de mais atenção do professor para expandirem seus potenciais.
Dos 54 milhões de estudantes brasileiros, os alunos com deficiências e superdotação representam 1,7% do total. A unidade da federação em que foi contabilizada maior proporção de alunos com necessidades especiais é o Distrito Federal (3,2%). A menor presença está no Amazonas, que tem somente 0,85% de alunos com deficiências ou superdotados em seu corpo discente.

UF
Total de alunos
Alunos com necessidades especiais
%
Acre
2,6%
Alagoas
1,4%
Amazonas
0,9%
Amapá
1,8%
Bahia
1,2%
Ceará
1,5%
Distrito Federal
3,2%
Espírito Santo
2,1%
Goiás
1,7%
Maranhão
1,2%
Minas Gerais
2,0%
Mato Grosso do Sul
2,6%
Mato Grosso
1,7%
Pará
0,9%
Paraíba
1,4%
Pernambuco
1,1%
Piauí
1,2%
Paraná
2,5%
Rio de Janeiro
1,3%
Rio Grande do Norte
1,5%
Rondônia
1,9%
Roraima
1,0%
Rio Grande do Sul
2,8%
Santa Catarina
1,6%
Sergipe
1,0%
São Paulo
2,0%
Tocantins
3,0%


As estatísticas do Ministério da Educação (MEC) mostram também que 77% dos alunos brasileiros com necessidades especiais estão na rede pública. Minas Gerais é o estado em que as redes pública e privada estão mais próximas na porcentagem de alunos: são 56% na rede pública e 44% na privada. Em Roraima, a situação é diferente: cerca de 99% dos estudantes com necessidades especiais são atendidos pela rede pública de ensino.
Para especialistas, independentemente da rede, os desafios da Educação para esses alunos são os mesmos: formação e acessibilidade, conforme aponta Augusto Galery, coordenador do Projeto Diversa do Instituto Rodrigo Mendes. “Existe uma gama de questões ligadas à acessibilidade que precisam ser tratadas. Não estou só falando de construir rampas de acesso, mas também de professores que saibam libras, por exemplo.” Novas didáticas, diz ele, são fundamentais: “Ainda temos professores muito apegados a tradição de ensino, em que a aula é centrada no professor”.
A professora e chefe de gabinete da direção-geral do Instituto Benjamin Constant (IBC), Maria da Glória de Souza Almeida, concorda com os desafios apontados, e acrescenta ainda que é necessário ir além de fornecer equipamentos e professores às escolas. “Não adianta ter recursos se não houver uma abertura para a criança deficiente. A Educação tem que ser acolhedora, humanística. Não importa se é uma criança com deficiência ou não”.
Adaptação curricularOutro ponto importante, de acordo com Galery e Maria da Glória, é a questão curricular das escolas que atendem alunos portadores de necessidades especiais. Os dois concordam que a adaptação curricular deve ser mínima, alterando apenas a metodologia, e não o conteúdo que será ensinado aos alunos.
Para a professora Maria da Glória, os avanços são significativos, mas ainda há muito a ser discutido e melhorado. “Antigamente, tínhamos atalhos. Hoje, temos uma estrada, um caminho a seguir”, diz. “Os professores têm que estar preparados, ter critérios e metas definidas, e conhecer o alunado que têm nas mãos.”
Papel dos paisA participação da família é essencial para o bom desempenho do aluno da Educação Especial, seja qual for a modalidade de ensino, de acordo com Maria da Glória. “A família tem que estar de mãos dadas com a escola. Se ela ampara, incentiva, o aluno tende a ter sucesso, esteja na escola regular ou especializada”, afirma.
Do total de alunos, 47,7% estudam em escolas regulares, 23,5% estão em escolas especializadas e 4,5% frequentam Educação de Jovens e Adultos (EJA). No Censo 2010, entretanto, faltam informações sobre a modalidade de ensino de 24,3% dos estudantes. Assim, é impossível dizer qual é a modalidade com o maior corpo discente.
Para a professora do IBC, existem experiências positivas nas duas modalidades, e é fundamental que elas passem a trabalhar conjuntamente. “Não existe escola regular versus escola especializada”, diz. “Precisamos estar juntos nessa luta, para suprir as necessidades um do outro. A escola especializada pode ajudar com seu saber acumulado, e a regular, atendendo a todos que precisam”, opina.

Alunos em primeiro Lugar - Como Nova York renovou seu sistema público de ensino (Estudos e Pesquisas Educacionais), Vale a pena conferir! Paula Ziller

Olá pessoal!
A revista Nova Escola de Junho/2011 traz este Caderno de Estudos e Pesquias Educacionais com a experiência de como Nova York renovou seu sistema público de ensino pela FundaçãoItaú social que traz algumas ações pontuais para resolver problemas da Cidade Americana que são muito semelhantes aos problemas que passamos aqui no Distrito Federal, inclusive em São Sebastião.
Segue o resumo das ações, mas vale apena conferir toda publicação, conhecendo esta e outras iniciativas no site: www.fundacaoitausocial.org.br :
· A maior parte dos investimentos vão para os Projetos Pedagógicos;
· A gestão escolar tem autonomia para administrar verbas, contratar e afastar professores;
· As decisões sobre o ensino são feitas por pessoas familiarizadas com o que acontece em sala de aula;
· Os diretores prestam contas dos resultados de aprendizagens colocados em um sistema de dados capaz de oferecer, a qualquer momento, informações sobre o progresso de cada aluno;
· Criação de Tutores dedicados continuamente ao aperfeiçoamento dos professores e das didáticas;
· Criação de Coordenadores de Pais para estimular as famílias a participarem mais do ambiente escolar e atendimento particularizado;
· Criação da Academia de Lideranças destinada a recrutar e formar novos diretores;
· Parceria entre educadores e policiais na política de Tolerância Zero para reduzir as depredações de escolas;
· Inspetores orientados para prevenir e solucionar problemas de disciplina;
· Participação do setor privado disposto a prestar ajuda financeira à educação;
· Boa relação com os sindicatos : aumento de salários e outros benefícios;
· Pagamento de bônus por mérito e a revisão dos processos de avaliação de desempenho.

DE NOVA YORK PARA O BRASIL
a REFORMA QUE REVIGOROU O ENSINO DA METRÓPOLE NORTE-AMERICANA TRAZ BONS RESULTADOS E EXPERIÊNCIAS EFETIVAS, QUE PODEM SERVIR DE INSPIRAÇÃO PARA OS SISTEMAS DE ENSINO PÚBLICO NO NOSSO PAÍS.
Ao assumir a Secretaria de Educação de Nova York, em 2002, Joel Klein se deparou com uma rede heterogênea de escolas, com graves problemas de qualidade e violência. São inúmeras as semelhanças entre os desafios enfrentados pelos sistemas nova-iorquino e brasileiro, principalmente o fato de serem voltados para os profissionais que os compõem, e não para os alunos.Reverter este quadro é tarefa hercúlea. Ao destrinchar as principais políticas adotadas pela administração de Klein desde seu início até 2009, a publicação A Reforma Educacional de NOva York - Possibilidades para o Brasil, de autoria de Normal Gall e Patrícia Mota Guedes, facilita o trabalho de gestores brasileiros interessados em empreender reformas profundas e sustentáveis nas redes de ensino.
Para cumprir a missão de colocar os alunos em primeiro lugar, o caminho adotado por Klein foi proporcionar autonomia e apoio a professores e diretores , que passaram a escolher os tipos de assessoria técnia adequados ao seu contexto . Mais liberdade de escolha veio acoplada à maior responsabilização pelos resultados por meio de um sistema de avaliação que permite acompanhar o desenpenho de cada aluno. Equipes de Investigação foram criadas para auxiliar professores na utilização dos resultados das avaliações e tentar reverter casos de fracasso acadêmico. O progresso de cada escola passou a ser acompanhado por boletins periódicos e detalhados.
Para realizar sua agenda deações, a administração de Klein buscou parceria com os sindicatos de professores e de Diretores, os pais , o terceiro setor e a iniciativa privada - aliados essenciais para garantir a longevidade da reforma. Conseguir apoiar professores e Diretores no seu dia a dia e fazer com que a burocracia de uma Secretaria e de seus escritórios regionais deixe de atender a controles internos , para que o sistema funcione como fonte de apoio para as escolas, são medidas que implicam mudança estrutural e cultural e requerem uma vontade política implacável. As transformações mais drásticas começaram com projetos piloto, por meio da adesão de certas escolas, conquistando as demais com os resultados . Diante da dimensão da tarefa empreendida, a permanência de Klein por oito anos à frente do sistema foi crucial para a consolidação da Reforma.
O exemplo de Nova York é uma evidência do que é possível alcançar quando os esforços são alinhados na mesma direção. No Brasil, temos um avançado sistema de avaliação que, em determinados estados como Minas Gerais, São Paulo e Pernanbuco, além de cidades como o Rio de Janeiro, está sendo aprofundado para garantir o acompanhamento individual dos alunos que mais precisam e a definição de metas de desenpenho vinculadas a planos de melhoria da escola. Alguns resultados já despontam, mas dependem de persistência para que se sustentem no longo prazo.

Por Tereza Cozetti Pontual

Mestre em Educação pela Harvard